domingo, 4 de outubro de 2009

Dreams of dragons

Muita coisa se passou por minha cabeça após aquele estranho sonho, eu vi pessoas chorarem, gritarem por seu sofrimento e tudo o que eu tinha vontade de fazer era rir. É eu sabia que com isso eu apenas confirmava meu caminho ao lado do anjo, porém havia algo naquele mundo que eu gostara, algo que seria capaz de tudo para não perde-lo, essa coisa se resumia apenas em meus sonhos. Por mais loucos que fossem, por mais dolorosos eu me divertia, eu gostava da dor, da solidão, as emoções eram tantas que não poderia distinguir o que eu suportava e o que já não dava mais.
Até que duas semanas depois uma sensação me invadiu, eu descobri algo que achei não existir: o medo, não eu não tinha medo de morrer já considero um processo natural, mas eu fiquei com medo de tudo, de todos, não medo dos vivos e sim o medo provocado pelos mortos e por minhas ilusões e foi numa noite qualquer que eu fui visitada novamente, dessa vez por algo que eu achava não existir.


Estava sozinha dessa vez no escuro, as arvores começaram a aparecer aos poucos, mortas, sem vida, sem folhas, o caminho de terra batida coberto de folhas secas que ao serem pisadas faziam um extremo barulho, como um grito desesperado de socorro. Os sons começaram a surgir, o barulho dos corvos que agora me cercavam, as montanhas se formavam a minha frente e ao meu lado eu vi passar um cavalo branco, que parou e me fitou calmamente, senti um enorme vento e ao olhar para trás vi um dragão, uma mistura de vermelho e cinza, acima dele estava outro anjo, de asas negras e um lindo semblante que demonstrava alegria, ele pronunciou algo inteligivel e levantou voo em cima do dragão. Ali eu percebi o perigo iminente e fui tomada pelo medo, ouvi um relincho vindo do cavalo e ali estava minha única saída. Subi no cavalo e comecei a correr sentindo o vento cortante em meu rosto e o anjo com o dragão a me perseguir, eu via ele se aproximar cada vez mais e eu tentava ir cada vez mais rapido ate que ele sumiu, subi em uma montanha rochosa e ao chegar ao topo vi algo vir em minha direção, o dragão, o anjo e eu não tinha para onde correr, descobri em minha mão uma estranha espada, empunhei-a e avancei em direção ao anjo, quando a lâmina tocou seu corpo eu vi raios iluminarem o ceú, as nuvens se tornaram de um tom escuro em conflito com o azul. E finalmente tudo se escureceu, o cavalo agora tinha pêlo preto, olhos vermelhos e derrubou-me de cima dele, o anjo desceu de seu dragão e andava em minha direção, eu percebi o corte que fizera em meu braço e que agora sangrava enquanto o local em que o tinha acertado nada havia. Ele retirou sua capa e ali pude ver seu corpo, parecia de um humano qualquer um simples mortal, em suas mãos carregava um cálice, eu tentava recuar e não havia para onde ir.



- Você já fugiu demais de seu destino, és apenas uma mortal - disse-me ele.
- Que destino? - o perguntei
- Servir ao seu criador, a quem deves total lealdade.
- Eu não tenho nenhum criador.
- Sim você tem, so não sabes ainda da existência do mesmo, ele prefere que você goze um pouco mais de tua vida humana. Uma pena que não posso contraria-lo.
- E se pudesse, o que tu farias?
- Tornaria-te minha esposa. Um pecado não ter me apresentado, Anúbis. Qual a sua graça?
- Vivian.
- Um nome impróprio para sua missão, mas não cabe a mim decidir nada aqui. Vim apenas cumprir o que ele me pediu.
- E qual sua missão agora?
- Quero apenas um pouco de seu sangue, não se preocupe te manterei viva, aliás tu és herdeira do trono e minha futura esposa.
- Não lembro de ter aceitado nada disso.
- Não cabe a você decidir, não poderás mudar o destino.


Falando isso ele avançou em minha direção, parou a meus pés e me tomou em seus braços. Usou o cálice para pegar o sangue que escorria de meu braço e depois de um tempo ali, ele o retirou fazendo o cálice sumir totalmente. As emoções que me dominavam eram totalmente contrárias as iniciais, eu agora sentia-me bem ali, como se estivesse em minha casa, ali nos braços daquele anjo de asas negras eu me sentia acolhida e não tinha mais nenhuma pretenção de sair. Ele olhou em meus olhos, posicionou sua mão sobre meu ferimento e logo a ferida fechou-se olhei espantada para aquele ser ele passou suas mãos em meu rosto, entrelaçando-as em meu cabelo, aproximou seu rosto do meu e deu um beijo em meu rosto, eu sentia aos poucos que perdia minhas forças e a ultima coisa que lembro de ter ouvido era um sussurro em meu ouvido dizendo que logo meu destino estaria completo.

Dessa vez acordei com o raio de sol em minha face, sentia-me um pouco tonta, fraca, mas sabia que tinha que seguir em frente, o anjo não saia de minha cabeça eu repassei aquele sonho umas 3 vezes em minha cabeça antes de levantar-me. E a frase ecoava em minha mente: - Logo seu destino estará completo, porque eu não conseguia esquecer aquilo, aquela voz, aquele beijo? Eu sentia que algo estava a acontecer, mas não podia nem imaginar o quão grande seria em minha vida.

Um comentário:

O diário de minha vida. disse...

que aventura interessante! estou curiosa com a continuação dessa aventura!
bjus.