sexta-feira, 16 de outubro de 2009

New World

Eu parecia mais perturbada a cada dia, aqueles inexplicaveis sonhos de certa forma me assustavam, eu passara a pensar mais na minha vida e em minhas atitudes apos o ocorrido, mas ainda me faltavam respostas: Que trono? Herdeira de quem e de quê na verdade ? e a pergunta que mais me rondava que destino era aquele do qual o anjo e a mulher me falaram ?
Eu esperei semanas e dias inteiros pela continuaçãodo sonho, porém as respostas não vinham e eu me tornava mais ansiosa. Os vestigios e pedaços dos sonhos ainda resvaleciam na minha mente e o que eu mais queria era que o destino se completasse definitivamente. Porém eu preferiria não ter pedido a continuidade daquilo.
Era como um sonhos qualquer onde tudo não passava de coisas abstratas, aquilo começava a me incomodar a mistura de cores e a inexistencia de coisas sólidas. Até que o inesperado aconteceu, fui lançada contra o chão e um peso enorme estava sobre o meu corpo, minha costela parecia que a qualquer momento ia partir-se e ouço uma voz de extrema autoridade atras de mim.

- Deixe-a
- Mas, ela tem que ir.
- Diga a ele que foram ordens minhas e suma da minha frente.

Assim aos poucos eu senti o peso diminuir ate que tivesse sumido completamente, tentei me erguer e vi que meu corpo não obedecia mais aos meus comandos, foi quando senti uma mão em minhas costas e palavras pronunciadas em uma linguagem que eu não entendia. Aos poucos a dor em minha costa diminuia e eu consegui me erguer ao virar para olhar quem era o homem não havia mais ninguem lá.
Ao virar para a frente estavam o anjo, a mulher e um homem que eu percebi ser o dono da voz, o anjo sorriu para mim, a mulher fez uma cara de enterro e o homem mostrou-se imparcial ao me ver.

- Já não seria a hora certa? - falou o anjo em direção ao homem.
- Não ela ainda não esta pronta, porque você esta tão ansioso hein? - falou homem.
- Parece que já esperei tempo o suficiente por minha esposa - respondeu o anjo.
- Então espere mais um pouco - disse a mulher.

Eu observei tudo aquilo e sabia que tinha de tomar alguma decisão, fazer algo e aquela era a hora de me pronunciar.

- Eu estou pronta - falei em meio tom olhando fixamente para o anjo.

Ao ouvir isso percebi reações totalmente diferentes vindas dos três, a mulher começou a chorar, o anjo abriu um enorme sorriso e o homem aproximou-se de mim parando a minha frente.

- Você tem certeza do que quer? - disse-me ele
- Absoluta - respondi.
- Bem pode começar - disse virando-se ao anjo e saindo com a mulher.

O anjo olhou fixamente para mim e deu-me sua mão. Eu a segurei levantando-me dali olhando em seus olhos eu via o brilho do seu olhar e a felicidade a explodir.

- Para onde vamos? - perguntei-o
- Para nossa casa, e para você um novo mundo - respondeu-me ele



---------------Continua-----------------------------

domingo, 4 de outubro de 2009

Dreams of dragons

Muita coisa se passou por minha cabeça após aquele estranho sonho, eu vi pessoas chorarem, gritarem por seu sofrimento e tudo o que eu tinha vontade de fazer era rir. É eu sabia que com isso eu apenas confirmava meu caminho ao lado do anjo, porém havia algo naquele mundo que eu gostara, algo que seria capaz de tudo para não perde-lo, essa coisa se resumia apenas em meus sonhos. Por mais loucos que fossem, por mais dolorosos eu me divertia, eu gostava da dor, da solidão, as emoções eram tantas que não poderia distinguir o que eu suportava e o que já não dava mais.
Até que duas semanas depois uma sensação me invadiu, eu descobri algo que achei não existir: o medo, não eu não tinha medo de morrer já considero um processo natural, mas eu fiquei com medo de tudo, de todos, não medo dos vivos e sim o medo provocado pelos mortos e por minhas ilusões e foi numa noite qualquer que eu fui visitada novamente, dessa vez por algo que eu achava não existir.


Estava sozinha dessa vez no escuro, as arvores começaram a aparecer aos poucos, mortas, sem vida, sem folhas, o caminho de terra batida coberto de folhas secas que ao serem pisadas faziam um extremo barulho, como um grito desesperado de socorro. Os sons começaram a surgir, o barulho dos corvos que agora me cercavam, as montanhas se formavam a minha frente e ao meu lado eu vi passar um cavalo branco, que parou e me fitou calmamente, senti um enorme vento e ao olhar para trás vi um dragão, uma mistura de vermelho e cinza, acima dele estava outro anjo, de asas negras e um lindo semblante que demonstrava alegria, ele pronunciou algo inteligivel e levantou voo em cima do dragão. Ali eu percebi o perigo iminente e fui tomada pelo medo, ouvi um relincho vindo do cavalo e ali estava minha única saída. Subi no cavalo e comecei a correr sentindo o vento cortante em meu rosto e o anjo com o dragão a me perseguir, eu via ele se aproximar cada vez mais e eu tentava ir cada vez mais rapido ate que ele sumiu, subi em uma montanha rochosa e ao chegar ao topo vi algo vir em minha direção, o dragão, o anjo e eu não tinha para onde correr, descobri em minha mão uma estranha espada, empunhei-a e avancei em direção ao anjo, quando a lâmina tocou seu corpo eu vi raios iluminarem o ceú, as nuvens se tornaram de um tom escuro em conflito com o azul. E finalmente tudo se escureceu, o cavalo agora tinha pêlo preto, olhos vermelhos e derrubou-me de cima dele, o anjo desceu de seu dragão e andava em minha direção, eu percebi o corte que fizera em meu braço e que agora sangrava enquanto o local em que o tinha acertado nada havia. Ele retirou sua capa e ali pude ver seu corpo, parecia de um humano qualquer um simples mortal, em suas mãos carregava um cálice, eu tentava recuar e não havia para onde ir.



- Você já fugiu demais de seu destino, és apenas uma mortal - disse-me ele.
- Que destino? - o perguntei
- Servir ao seu criador, a quem deves total lealdade.
- Eu não tenho nenhum criador.
- Sim você tem, so não sabes ainda da existência do mesmo, ele prefere que você goze um pouco mais de tua vida humana. Uma pena que não posso contraria-lo.
- E se pudesse, o que tu farias?
- Tornaria-te minha esposa. Um pecado não ter me apresentado, Anúbis. Qual a sua graça?
- Vivian.
- Um nome impróprio para sua missão, mas não cabe a mim decidir nada aqui. Vim apenas cumprir o que ele me pediu.
- E qual sua missão agora?
- Quero apenas um pouco de seu sangue, não se preocupe te manterei viva, aliás tu és herdeira do trono e minha futura esposa.
- Não lembro de ter aceitado nada disso.
- Não cabe a você decidir, não poderás mudar o destino.


Falando isso ele avançou em minha direção, parou a meus pés e me tomou em seus braços. Usou o cálice para pegar o sangue que escorria de meu braço e depois de um tempo ali, ele o retirou fazendo o cálice sumir totalmente. As emoções que me dominavam eram totalmente contrárias as iniciais, eu agora sentia-me bem ali, como se estivesse em minha casa, ali nos braços daquele anjo de asas negras eu me sentia acolhida e não tinha mais nenhuma pretenção de sair. Ele olhou em meus olhos, posicionou sua mão sobre meu ferimento e logo a ferida fechou-se olhei espantada para aquele ser ele passou suas mãos em meu rosto, entrelaçando-as em meu cabelo, aproximou seu rosto do meu e deu um beijo em meu rosto, eu sentia aos poucos que perdia minhas forças e a ultima coisa que lembro de ter ouvido era um sussurro em meu ouvido dizendo que logo meu destino estaria completo.

Dessa vez acordei com o raio de sol em minha face, sentia-me um pouco tonta, fraca, mas sabia que tinha que seguir em frente, o anjo não saia de minha cabeça eu repassei aquele sonho umas 3 vezes em minha cabeça antes de levantar-me. E a frase ecoava em minha mente: - Logo seu destino estará completo, porque eu não conseguia esquecer aquilo, aquela voz, aquele beijo? Eu sentia que algo estava a acontecer, mas não podia nem imaginar o quão grande seria em minha vida.